Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de países com mais pets no mundo; empreendimentos residenciais imobiliários acompanham tendência em seus projetos
A expressão “pet friendly” já faz parte da rotina dos brasileiros. A inclusão dos animais de estimação em espaços antes frequentados apenas por pessoas, assim como a oferta e demanda de produtos destinados aos pets, corroboram os dados do censo do Instituto Pet Brasil (IPB): o Brasil é o terceiro país em número de animais domésticos, totalizando 149,6 milhões de pets. Os novos hábitos de consumo e comportamento também movimentaram a economia. Em 2022, o faturamento desse setor cresceu 16,4% em relação ao ano anterior, atingindo R$ 60,2 bilhões, segundo dados do IPB.
Fato é que os pets não são mais apenas animais de estimação; eles se tornaram parte da família, o que vem alterando os hábitos de consumo e convivência dos brasileiros. O aumento da presença dos bichinhos em estabelecimentos e áreas de convivência reflete a importância que eles têm para os seus donos. Ainda, cabe destacar que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prevê uma tendência de crescimento dessa população, com a estimativa de que a parcela de cães e gatos no Brasil chegue a 101 milhões de animais até 2030.
Atentas a esse aumento crescente de animais de companhia, as construtoras passaram a projetar pet places, áreas exclusivas para os animais de estimação dentro dos condomínios. “Os pets passaram, cada vez mais, a integrar as famílias que moram em apartamentos. Então, nada mais justo que também tenham uma área de lazer para correr, brincar e passear com segurança junto com seus tutores”, explica a arquiteta do Grupo A.Yoshii, Ana Paula Pimentel.
Reafirmando o comportamento, uma pesquisa da ZAP+ sobre “Tendências de Moradia” relevou que, dentre as preferências do consumidor, o espaço pet corresponde a 38% dos itens mais relevantes na escolha do imóvel para morar. Esses espaços podem variar desde parques e áreas verdes dentro dos empreendimentos residenciais até instalações internas como pet care, que são espaços para banho e tosa dos animais, pet spa e áreas com brinquedos destinados à prática de exercícios físicos e socialização dos animais.
Playground dos animais
Idealizado para ser uma praça ou space pet, o local tem infraestrutura composta por circuitos de agilidade, brinquedos, bebedouro, comedouro, gramado e espaços para correr. “Dentre os itens, estão brinquedos semelhantes aos de parquinhos, como gangorras e circuito de atividades. Tudo é previsto no projeto arquitetônico, com uso de materiais próprios, além, claro, de área verde para contato com a natureza. Com a mudança de comportamento das pessoas e dos formatos de famílias ao longo das duas últimas décadas, podemos dizer que esse espaço, hoje, é imprescindível para que o morador possa interagir com o seu pet dentro das dependências do próprio condomínio”, comenta Ana Paula.
Comodidade e segurança
Além de proporcionar comodidade por não exigir que os tutores saiam de casa para passeios, os espaços pet garantem segurança ao animal, já que são espaços fechados e cercados, eliminando o risco de fuga e perigos das ruas.
Legislação
Se antes os bichinhos eram, muitas vezes, proibidos nos condomínios, hoje a legislação assegura o direito de qualquer pessoa ter animais de estimação em suas residências, desde que o pet não coloque em risco o bem-estar ou a vida de outros moradores.
Para isso, cada condomínio — por meio de um regimento interno — decide como será o funcionamento das áreas pet, assim como acontece com piscinas, academias e churrasqueiras. O regimento é necessário para estabelecer normas e regulamentos, sobretudo em relação ao horário de funcionamento e condutas dos tutores, como limpeza, utilização de guia e coleira, confirmação de vacinação dos animais e controle na interação com outros pets presentes.