Marcelo de Paula

A Vida é “Bella”

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Jornalista com trabalhos realizados para vários veículos de comunicação de Uberaba, Marcelo de Paula atua hoje como analista de comunicação na Universidade de Uberaba. Entre seus trabalhos estão cobertura de Feiras, reportagens para TV e edição de matérias para jornal impresso. Competente, focado, sensato, reúne os mais importantes requisitos necessários a um bom profissional da comunicação. Desde criança é apaixonado por animais e há dois anos adotou Bella, quando ela tinha apenas dois meses. Como quase todas as pessoas que tomam essa atitude, sabe que a relação humano/animal é muito importante para o equilíbrio emocional de quem verdadeiramente ama os animais. E conhece muito bem as responsabilidades que o gesto representa. Um exemplo de jovem profissional que entende a importância dessa troca de energia para o sucesso de sua vida. 

 

“Nunca desista do seu animal de estimação, porque ele, certamente, não desistiria de você, em nenhuma hipótese”

 

Marcos Moreno – Você é muito jovem, sendo assim não deve ter vivido na época em que cachorro era “bicho lá de fora”. É isto mesmo?
Marcelo de Paula – Até hoje ouço (risos). Sempre tive animais de estimação, desde criança, especialmente cães. Antigamente, era assim que funcionava: cachorro só no quintal de casa. A minha mãe sempre foi muito exigente com isso, não gostava e ainda não gosta. Mas hoje, vencemos pela insistência. É cachorro no sofá, na cama (quando minha mãe não está vendo, é claro). Mas ela gosta de animais, inclusive foi quem me incentivou a adotar a Bella.
Na realidade, tudo mudou quando minha família e eu mudamos para um apartamento, em 2010. A Bolinha, minha cachorra na época, passou a ficar só dentro de casa. Não tínhamos outra opção. Como ela era de porte pequeno e muito comportada, não foi difícil a adaptação. Só na primeira semana que ela latia cada vez que ouvia alguém subir as escadas (risos). Depois, deu tudo certo.

Marcos – Como jornalista, um profissional atento às mudanças comportamentais, a que você atribui essa diferença na consideração aos animais?
Marcelo – Apesar de clichê, o ditado “o cão é o melhor amigo do homem” explica bem essa situação. E de uns tempos para cá, felizmente, as pessoas notaram o quão verdadeira é essa frase. É difícil atribuir um motivo especifico, porque cada um tem a sua particularidade. Mas acredito que as pessoas, e também a ciência, perceberam que animais de estimação só fazem bem à saúde. Com exceção, é claro, de quem tem alergia.
Hoje, é comum profissionais de saúde sugerirem aos pacientes terem um cão até como meio de terapia. Além disso, apesar da tecnologia dos smartphones, dos computadores e tablets, das redes sociais, na qual temos centenas de amigos virtuais e quase ninguém presencialmente, muita gente passou a sentir solitária. E os animais de estimação são uma ótima companhia.

Marcos – O que você achou da constitucionalidade do sacrifício de animais na realização de cultos de religiões de matrizes africanas.
Marcelo – É uma questão complexa e polêmica. Por mais que saibamos que o ritual religioso não está associado a maus-tratos e crueldade animal, é difícil aceitar tal prática. Mas respeito todas as religiões. Por isso, interpreto a decisão do Supremo como sensata, de acordo com a situação.

Marcos – Você é daquelas pessoas que em uma tourada torce pelo touro?
Marcelo – Seguramente, torço para que este tipo de “espetáculo”, degradante e cruel, acabe. É triste e revoltante pensar que, ainda hoje, existem touradas em alguns países.

Marcos – Na natureza selvagem, qual animal mais te inspira e porque?
Marcelo – Alguns, difícil citar apenas um. Não sei se pela inspiração, mas coruja e elefante chamam minha atenção.

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Marcos – Você acredita que o planeta tem boas perspectivas?

Marcelo – Na minha opinião, cada novo dia que nasce é uma prova que sim. Mas é preciso que todos nós façamos valer essas oportunidades diárias que nos são dadas. Como? Com boas atitudes, decisões e bons pensamentos. E amor acima de tudo!

 

Marcos – Alguma história pessoal com algum pet seu foi mais marcante?
Marcelo – Ainda dentro da história que contei na primeira pergunta feita, sobre o episódio de ter me mudado para um apartamento, na época, o condomínio tinha pendurada nas paredes as cláusulas do local. Uma delas dizia que era proibida a presença de animais de estimação. Vi isso logo depois de já ter assinado o contrato de locação do imóvel. Não dava muito para voltar atrás. Então, comecei a pensar em soluções em relação a Bolinha. Certo dia alguém comentou comigo que algumas decisões judiciais já consideravam ilegal tal proibição, sendo favoráveis aos donos de pets. Pesquisei a fundo o assunto, conversei com um professor do Ensino Médio, que também era advogado, e me explicou que, de fato, se eu recorresse a Justiça teria alguma chance. O problema é que eu ainda era menor de idade e os meus pais, certamente, não tentariam uma liminar por serem muito humildes.
Na primeira semana da mudança, a minha cachorra ficou no apartamento escondida. Criei coragem e fui falar com a síndica sobre essas cláusulas, que não era legal proibir a presença de animais no condomínio, que eu estava bem assessorado por um advogado, que se fosse necessário eu recorreria a Justiça. Ela ficou assustada e sem argumento. Tentou justificar dizendo apenas que não era culpa dela, mas dos condôminos. Eu respondi que se esse era o problema, eu falaria com todos. Foi o que fiz (risos).
Então, redigi uma carta de duas laudas expondo toda a situação, citando as decisões judiciais favoráveis e estudos científicos que diziam que animal faz bem à saúde. Deixei claro que a partir da semana seguinte eu manteria a minha cachorra, que tinha há anos, comigo no apartamento. Coloquei a carta em baixo da porta de cada morador e sai correndo. E o medo de alguém vir brigar comigo? (risos). Mas assim como a síndica, todos ficaram sem argumentos e não se opuseram. Resultado: a Bolinha morou com a gente até o último dia de vida dela.

Marcos – Você curte filme sobre animais ou com eles como protagonista? Qual seria o seu preferido?
Marcelo – Como sou apaixonado por animais, para mim, eles podem estar presentes de qualquer maneira, não necessariamente como protagonistas. Desde que não seja em situações absurdas, de maus-tratos ou algo do tipo. Mas nenhum filme me emocionou tanto como o clássico “Sempre ao Seu Lado”.sempre-ao-seu-lado-696x435

Marcos – Sempre peço para o meu entrevistado deixar uma mensagem para quem ler, naturalmente sobre a relação homem/animal. Pode deixar a sua?                                                                                                                                                                                                   Marcelo – Nunca desista do seu animal de estimação, porque ele, certamente, não desistiria de você, em nenhuma hipótese. Independentemente se você tiver uma boa cama para oferecer a ele e um saco de ração nutritiva ou o contrário: um pedaço de papelão para dividir de baixo de uma marquise ao relento e algumas migalhas de pão ou resto de marmita para dar a ele o que comer, esse animalzinho não o abandonaria.

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