Dois cachorros de uma família que mora em um condomínio de casas no bairro Lagoa Redonda, em Fortaleza (CE), morreram após serem atacados por um enxame. Segundo a tutora dos animais, um vizinho contratou um terceiro para mover as abelhas que se instalaram em uma parede de sua residência, ocasionando a fatalidade com os animais.
O caso ocorreu na última terça-feira (16). A advogada Priscila B. Prata Vidal, conta que um de seus vizinhos percebeu a presença dos animais e resolveu, “de uma maneira completamente irresponsável e desastrosa, contratar uma pessoa, que eu acho que era uma pessoa leiga, para tentar fazer a remoção dessa colmeia”.
As abelhas se espalharam pelo condomínio, e na casa de Priscila estava uma de suas filhas e uma funcionária, que conseguiram se proteger. Priscila relata que até o porteiro teve de se refugiar na residência. Os cachorros acabaram ficando expostos e foram atacados. Ela estava fora de casa e relata que voltou após saber do ocorrido, mas quando chegou se viu impossibilitada de ajudar.
Um dos animais chegou a vê-la no carro, mas a advogada não pôde abrir as portas do veículo por causa da quantidade de abelhas. Ela ligou para o Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE), e os cachorros conseguiram ser socorridos.
Lipe, o cão, sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu assim que chegou ao veterinário. Já Mel, a cadela, ficou internada, recebeu medicações, mas não resistiu e morreu na manhã de quarta-feira (17).
Segundo o atestado de óbito enviado ao Diário do Nordeste pela tutora, Lipe morreu de choque anafilático e Mel de intoxicação por veneno de abelha.
CASO SERÁ INVESTIGADO
O caso será investigado como “periclitação da vida ou saúde”. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) apura o caso por meio do 35º Distrito Policial (DP).
“Um Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado informando que dois cachorros foram picados por abelhas no momento em que a colmeia estava sendo retirada do interior de um condomínio. Na ocasião, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) foi acionada e realizou diligências no local. Os animais foram socorridos, mas não resistiram e foram a óbito”, diz nota.
O Diário do Nordeste não conseguiu contato com o vizinho acusado pela advogada de colocar a vida dos animais em risco.
COMO LIDAR COM UM ATAQUE DE ABELHAS?
De acordo com o Corpo de Bombeiros, é necessário acionar imediatamente a corporação por meio do 193. Eles esclarecem, ainda, que as abelhas só atacam caso se sintam “provocadas e/ou ameaçadas”.
No entanto, em altas temperaturas, colmeias populosas podem atacar por qualquer tipo de perturbação.
O Corpo de Bombeiros dá dicas em caso de ataques:
Afaste-se da colmeia o mais rápido possível e sem fazer barulho;
Caso seja atacado, fuja. Se conseguir, corra para dentro de uma plantação em movimento “zig-zag”, e só pare quando tiver absoluta certeza que elas não estão atrás de você;
Se estiver próximo a um rio, lagoa ou piscina, mergulhe;
Quando estiver protegido, tente socorrer quem estiver sendo atacado com uma coberta ou algo parecido, assegurando que você não sofrerá nenhum risco;
Independente do total de ferroadas, caso a vítima apresente sintomas como queda de pressão, falta de ar, aparecimento de manchas avermelhadas pelo corpo ou outro sintomas, o atendimento médico de emergência deverá ser imediato.
PRIMEIROS SOCORROS
Sem a possibilidade de atendimento médico imediato, recomenda-se proceder conforme o descrito abaixo:
Retirar imediatamente os ferrões para evitar que todo o veneno seja injetado na vítima. Para isso, não utilize o dedo ou pinça, a fim de não comprimir a bolsa de veneno. Recomenda-se retirar os ferrões com o auxílio de uma lâmina de canivete ou faca, raspando cuidadosamente rente à pele;
Lavar abundantemente os locais atingidos com água corrente, sem esfregar a pele para não espalhar mais rapidamente o veneno;
Aplicar bolsas de gelo no local das picadas para diminuir o inchaço;
Aplicar no local das ferroadas, sem esfregar, uma pomada com antialérgico e analgésico para amenizar as dores;
Nos casos de pessoas alérgicas e nos pacientes que não estão passando bem, procurar atendimento médico com urgência.