Uma cidadã de Belo Horizonte preocupada com a questão dos animais de rua na capital mineira criou um abaixo-assinado pedindo à prefeitura que crie a Secretaria de Direitos dos Animais. Até o momento, o pedido tem o apoio de 7,5 mil pessoas: change.org/SecretariadeDireitosdosAnimaisemBH.
De acordo com o censo animal realizado pela própria prefeitura em 2022, há mais de 48 mil animais soltos pelas ruas da cidade. Em 2023, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) do município recolheu 1431 cães e 943 gatos, menos de 5% da população de animais de rua.
Para Katia Lopes, criadora do abaixo-assinado, a formalização de uma Secretaria de Direitos dos Animais ajudaria a melhorar esse trabalho: “A nova Secretaria irá consolidar e amplificar o trabalho que a prefeitura já desenvolve em relação ao bem-estar animal, representando um grande salto de qualidade das políticas, com particular atenção às questões de saúde pública”.
ONGs e protetores independentes absorvem o trabalho
Um estudo de pós-graduação realizado na Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2023 estimou a existência de 361 ONGs e protetores independentes de animais em Belo Horizonte.
Na pesquisa, 22 protetores responderam um questionário e 14 deles afirmam que também atuam em outras cidades além de Belo Horizonte, como Betim, Confins, Contagem e Lagoa Santa. Em Belo Horizonte, a região da Pampulha representa a maior atuação (20% das respostas), seguida das regionais Barreiro, Centro-Sul e Oeste (cada uma com 13,33%).
Elas realizam o trabalho de resgatar, abrigar, alimentar, vacinar, castrar e encaminhar cães e gatos de rua para adoção sem apoio financeiro do governo:
• 40,9% dependem exclusivamente de doações;
• 31,8% dependem de doações, mas também utilizam recursos próprios ou vendem produtos/rifas
• 27,3% utilizam recursos próprios ou oferecem serviço de lar temporário pago.
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