Empresas apostam em biscoitos, sorvetes, cervejas e, também, em tecnologias especiais para agradar donos e bichinhos
Um mercado que vem chamando a atenção das empresas é o dos bichinhos de estimação, os famosos “pets”. Só no Brasil, são mais de 50 milhões de cães e 22 milhões de gatos de estimação, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano passado, segundo a estimativa do Instituto Pet Brasil, mais de 25 bilhões circularam nesse nicho de mercado, um crescimento de 7% em relação a 2016.
Os números comprovam que o setor é uma ótima opção para os empreendedores. São infinitas as opções no mercado, desde as mais simples até as mais tecnológicas. O professor de empreendedorismo, inovação e sustentabilidade do ISAE – Escola de Negócios, Rafael de Tarso, explica que um dos grandes diferenciais do mercado de nicho é a sua diferenciação. “O número de pessoas com pets aumentou de forma significativa, o que acontece é que antes não tinha uma indústria muito forte voltada para customização, que tivesse alguns produtos com baixo valor agregado, inicialmente uma coleira ou um serviço de pet era muito tradicional. Agora, as indústrias perceberam que tem como agregar valor nesse nicho, tendo uma rentabilidade maior”, enfatiza Rafael.
Em Curitiba (PR), um exemplo dessa efervescência e inovação do mercado é a hamburgueria artesanal WhataFuck, que lançou, em conjunto com a Moabe Natural Pet, um inédito biscoito de hambúrguer. O produto foi pensado para os bichinhos dos clientes que frequentam o lugar não passar vontade quando veem seus donos comendo os suculentos burguers artesanais preparados pela casa. O petisco é feito 100% com ingredientes naturais, livre de conservantes e com delicioso aroma e gosto de, claro, hambúrguer. “Não existe nada mais democrático do que a rua. Há mais de três anos atuando neste espaço tão popular, aprendemos que precisamos sempre inovar para atender a demanda do nosso público. Nos últimos meses, notamos um crescimento considerável do número de cachorros passeando com seus donos em nossas unidades, e foi aí que surgiu a ideia de oferecer um produto saboroso para eles. Além disso, anualmente promovemos uma feira de adoção de animais, realizada no mês de novembro, sendo um incentivo ainda maior para essa ideia. Procuramos um parceiro que trabalha com muita excelência e chegamos em um preparo exclusivo, bem gostoso e, principalmente, saudável”, comenta Daniel Mocellin, sócio da rede WhataFuck.
De Vassouras, no Rio de Janeiro, saiu a Dog Beer, a primeira cerveja para animais de estimação. Criada por Lucas Marque Bueno, é na verdade um petisco liquido, não alcoólico, feito à base de água, mate e extrato de carne ou frango, sem nenhuma substância que possa prejudicar os animais e está à venda em todos os pet shops do país. Hoje existe até sorvete para cães e gatos, como o Ice Pet. Quem desenvolveu a receita foi a empresa APF, e ela não possui açúcar, lactose ou gordura. São vários sabores chocolate, morango, banana, atum e bacon.
Outra inovação foi da startup PlayPet, que lançou um comedouro inteligente que funciona conectado sem fio a rede wi-fi, tem capacidade para 3 kg de ração e permite as pessoas alimentem seus bichinhos via aplicativo. O alimento é liberado de acordo com os horários pré-programados no aplicativo, mas você pode liberar o alimento quando quiser, apertando o botão de liberação de ração dentro do aplicativo, disponível nos sistemas Android e iOS.
“O segredo para crescer é achar o seu público-alvo, se perguntar: eu quero um público que vá pagar barato? Um serviço básico? Ou um público que vá pagar um pouco mais? Em linhas gerais quando a gente fala de nicho, com todos os processos de digitalização que existem, é mais fácil você conhecer o seu consumidor. Nesse sentido, você identifica o que ele quer e oferece algo que ele realmente precisa”, finaliza o Tarso.