Crueldade animal no turismo


Abril laranja é o mês de luta contra a crueldade animal, cometida há séculos pela indústria do turismo e do entretenimento. Não é natural uma baleia ser obrigada a viver em piscina por 50 anos e aprender truques para divertir pessoas, nem elefantes e ursos serem adestrados.
A influencer de turismo, e jornalista há 24 anos, Andrea Miramontes luta contra a crueldade cometida com animais no turismo com o projeto @ladobviagem, plataforma com site e redes sociais que têm mais de 45 mil seguidores.
Andrea também tem o projeto Patas ao Alto, trabalho voluntário de proteção animal que completou 15 anos. E neste mês dedicado aos animais, Andrea traz quatro regras para quem quer viajar de forma ética, sem colaborar com a indústria milionária que explora e escraviza a fauna para divertir pessoas.
“Eles não têm voz para reclamar. Animais são arrancados das famílias ainda bebês para aprender a fazer truques e viver em cativeiro. São torturados para amansar, obrigados a morar em uma jaula ou piscina pequena, quando deveriam estar num oceano ou floresta, o mesmo que você viver em um banheiro, sua vida toda. Por que as pessoas pagam por isso e dão lucro a essa indústria cruel?”, questiona Andrea, do @ladobviagem.


Vamos a 4 situações para ser evitadas para vivenciar experiências de viagem sem financiar sofrimento dos animais.
1 – Evite fotos com animais
Desconfie de lugares que oferecem fotos com animais selvagens. Pior ainda se o animal estiver em cativeiro ou com correntes.
Nunca faça imagens com animais acorrentados, como aves presas pelos pés, com asas cortadas e outros, como macacos aprisionados. Pelo contrário: repudie quem ganha dinheiro a custo do sofrimento do bicho.
Há visitantes que tiram estrelas-do-mar para selfies, e até pessoas que se dizem fotógrafos que cobram para pegar estrelas, peixes e outros bichos para atrair turistas. Estrelas são animais delicados e que morrem rapidamente se tiradas da água. Nunca toque nelas.
Em projetos que têm berçários de animais selvagens, jamais tente pegar o bebê. Parece absurdo, mas vi exatamente essa cena. Um turista pegou um bebê de tartaruga rara, de dentro da maternidade onde ela estava, para foto.
2 – Não monte em animais
Elefantes têm as mães mortas, as presas arrancadas e são adestrados à base de tortura, desde bebês, para que turistas possam montar neles. Países asiáticos ainda têm muito disso. Não pague pelo sacrifício de bichos que viraram escravos. Serve para elefante, camelo ou qualquer outro animal, como cavalos e jumentos que puxam charretes. Não banque a crueldade.
3- Fuja de falsos santuários
Desconfie de qualquer lugar que deixa o turista tocar nos bichos. É caça-níquel, zoológico disfarçado. Não acredite em lugares que deixam o turista “dar mamadeira ao leãozinho abandonado”.
Certamente esse leãozinho não foi abandonado, mas caçado, após matarem os pais, para que o bebê sirva de atração turística naquele lugar. Ou o animal nasceu em cativeiro para morrer lá, afinal, dá lucro.
Santuário de verdade visa a reabilitação do bebê para ser solto e crescer livre. Para isso, um animal jamais deve ter contato tão próximo com humanos.
4 – Não banque escravidão em shows
Golfinhos nadam em média 60 km por hora, livres no oceano. Mas em parques, vivem em prisão perpétua, dentro de uma piscina. Imagine você preso no seu banheiro a vida toda. São condicionados a agir de certa forma para conseguir comida. E é assim que o turista consegue tirar a tradicional foto “beijando” o animal.
Jamais pague por espetáculos de circo que usam animais para “truques”. O adestramento tem atrocidades inimagináveis.
Ursos e elefantes têm os pés queimados para “aprender a dançar”. Leões vivem em jaulas minúsculas, enlouquecem solitários, para enaltecer o show do domador, que é, na verdade, um grande covarde e torturador.

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