Crianças aprendem sobre como os cães-guia podem melhorar a qualidade de vida de pessoas com a mobilidade reduzida

Palestra da Maria Cristina Lozano, proprietária do cão “Caju”, e responsável pela Ong Bocato, que realiza projetos voluntários em escolas, casas de repouso e outros, além de capacitação em treinamentos para cães de ajuda social


Os cães são chamados de os “melhores amigos do homem”. Eles propiciam momentos de companheirismo, que podem contribuir para a melhora da qualidade de vida, desde a infância.

Além de todos os benefícios como animais de estimação, os cachorros também podem ajudar de diferentes maneiras e, assim, tornar a vida das pessoas mais independente e autônoma.

No Brasil, mais de 7 milhões de pessoas apresentam alguma deficiência visual, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Deste total, cerca de 580 mil são completamente cegas e mais de 6,5 milhões apresentam baixa visão, seja por consequências congênitas ou adquiridas ao longo da vida.

Sob supervisão das professoras Luciana Espinosa, Roberta Vieira e da coordenadora pedagógica Lilian Gramorelli, alunos do 2º e 3º anos do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, do Colégio Marista Arquidiocesano, um dos mais tradicionais da capital paulista e que completa 165 anos de sua fundação em 2023, estão produzindo projetos que tratam sobre a importância dos cães de serviço para pessoas com mobilidade reduzida.

O cão-guia é um facilitador no processo de inclusão da pessoa com deficiência visual. Ele é responsável por oferecer confiança, segurança e promover a autonomia e independência, além disso, promove a interação social e, consequentemente, eleva a autoestima do seu tutor.

Denominados “Deficiência visual: um olhar diferente!” e “Cães de assistência”, os estudos fazem parte do desenvolvimento do Projeto de Intervenção Social (PIS) das turmas, uma prática pedagógica Marista que promove o diálogo e o protagonismo, permitindo entender as necessidades humanas e sociais, questioná-las e traçar caminhos para enfrentar as problematizações contemporâneas.

Os alunos do 2° e 3º anos discutiram sobre a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade e situações que envolvem o respeito ao próximo e momentos de amor pela vida. Conheceram a Maria Cristina Lozano proprietária do cão “Caju”, e responsável pela Ong Bocato, que realiza projetos voluntários em escolas, casas de repouso e outros, além de capacitação em treinamentos para cães de ajuda social.

Para a turma do 3° ano, o tema do PIS estuda a importância dos cães na vida das pessoas, além da questão socioafetiva. Por isso, as crianças tiveram um bate-papo com o Maurício Almeida, deficiente visual e ex-aluno do Arquidiocesano, que falou sobre sua experiência pessoal de explorar o mundo e de viver momentos únicos, apesar das dificuldades encontradas no dia a dia. Os estudantes também conheceram Harley, o seu cão-guia que foi treinado nos Estados Unidos.

“No encontro (que aconteceu em setembro), as crianças puderam conhecer um pouco mais sobre o quanto o cão é capaz de auxiliar na independência e contribuir positivamente no cotidiano da pessoa com deficiência visual”, reforça a coordenadora Lilian Gramorelli.

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