Viagem de férias sem o meu pet: o que devo fazer?


*Marivaldo da Silva Oliveira
Um momento que aterroriza muitos tutores de pets são os planejamentos para viagens de férias. Se você decidiu que o melhor para o seu pet é não viajar, independentemente do motivo, é essencial que o bem-estar, a sanidade e as condições comportamentais dele sejam respeitadas. Nesse sentido, o objetivo deste texto é transmitir algumas experiências de quem é médico veterinário, tutor e que convive com as mesmas preocupações.
É importante ressaltar que a condição sanitária do seu animal deve ser prioridade, portanto mantenha a carteirinha de vacinação e vermifugação sempre em dia. Mas lembre-se, somente vacinas e vermífugos em dia não é sinônimo de garantia de bem-estar. Então, vejamos outros pontos importantes para não cometer erros com seu melhor amigo.
O lugar em que seu pet irá ficar define o sucesso ou fracasso do seu planejamento. Se você costumeiramente já deixa seu animal na casa de amigos, familiares ou em hospedagens de pets em que ele já está habituado, tanto com o espaço quanto com possíveis outros animais, isso facilitará muito, pois já existe uma memória e seu pet considera também aquele local e pessoas como se fizessem parte do seu convívio normal.
O que não se recomenda é, um dia antes de sair em viagem, você levar seu pet para uma creche ou hotel e deixá-lo lá. Isso provocará mudanças comportamentais perturbadoras no animal, tanto pelo sentimento de distanciamento de você (Síndrome de Ansiedade de Separação) quanto pelo contato com local, pessoas e animais diferentes. Alguns animais são mais sociáveis, porém comportamento não é matemática e cada qual se expressa à sua forma. Um cão, macho, não castrado, por exemplo, devido ao comportamento de espécie irá brigar pela liderança do grupo e isso pode gerar ferimentos graves, tanto no seu animal, quanto em outros pets.
Por isso, a indicação nos casos em que você queira deixar seu pet num hotel ou creche é que isso seja feito gradualmente e com antecedência. Pelo menos um mês antes da data de sua viagem, leve seu pet para o local escolhido e inicie a socialização. Pode ser que ele já se adapte facilmente, mas pode ocorrer o contrário e ele não gostar do local, dos animais ou das pessoas e, então, você precisará levar para outra opção de local. Logo, deve-se iniciar o processo com antecedência.
Animais que são muito apegados aos tutores, geralmente aqueles que dormem junto na mesma cama e que sentem necessidade de estarem “grudados” com o tutor o dia todo, acabam demorando um pouco mais para se adaptar. Se esse é o seu caso, já fica aqui uma dica sobre humanização de pets. Leia a respeito, informe-se. Às vezes, atitudes e condutas normais para você podem não ser benéficas para seu pet. Os animais possuem um comportamento próprio e este deve ser respeitado. Tudo em excesso traz malefícios.
Outro ponto de atenção que pode facilitar a adaptação é a presença de objetos (caminha, cobertor) do animal nesses locais é fundamental, assim ele irá reconhecer como uma extensão da sua casa e acalmar-se. Ofertar bem-estar aos animais é dever do tutor. Tutoria responsável envolve organização e planejamento. Boas férias para todos!
*Marivaldo da Silva Oliveira é médico veterinário e doutor em biociência animal. Professor do Centro Universitário Internacional Uninter

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